sábado, 17 de dezembro de 2011

E mais críticas!

"Feliz Ano Novo" foi um dos melhores espetáculos teatrais que assisti nesses últimos tempos. Produzido pela diretora Paula Wenke, a peça surpreende pela inovação e ousadia dos recursos teatrais. Paula e elenco teatral instiga-nos a acompanhar a peça usando quatro de nossos sentidos, exceto o da visão e, o resultado é um reencontro delicioso com nosso olfato, paladar, tato e audição. Confesso que deixei-me levar languidamente pelas emoções das vozes dos personagens, dos climas amorosos, pelos odores, pela degustação e, especialmente, pelo coração.Tive certeza de que nosso melhor sentido é o da intuição. Parabéns, Paula, pela ousadia, criatividade e pelos momentos tão agradáveis que nos propiciou com a provocação de nossos sentidos.

E tomara que a peça volte à cartaz o mais breve possível.
Beijos
De: Marisa Queiroz

domingo, 11 de dezembro de 2011

Críticas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
“FELIZ ANO NOVO” PROVOCA EXPERIÊNCIA SENSORIAL
Texto e fotos Renato Landim

A partir de uma conversa com seu filho, o pai relembra um encontro num réveillon com a mulher que foi o amor de sua vida. Essa é a linha mestra da peça Feliz Ano Novo, do Teatro dos Sentidos, que neste fim de semana encerra sua temporada no Espaço do Museu do Universo do Planetário da Gávea. Entretanto, a proposta do grupo é de uma experiência sensorial na qual cada pessoa da plateia compreende o espetáculo de forma particular.

Antes de entrar na área da peça, o público recebe uma venda nos olhos e, dessa forma, deficientes visuais e videntes ficam em igualdades de condições. Durante a encenação, são estimulados o olfato, o paladar, a audição e o tato. Menos a visão. “Foi incrível. Essa é uma experiência na qual todas as pessoas deveriam passar, sendo um exercício de se colocar no lugar do outro”, destacou a empresária e cantora Ana Paula Cuba, que acompanhava a deficiente visual Ivete Rita. Ela revelou que, por algumas vezes, perdeu a compreensão de certas situações, pois o elemento visual é muito forte.

Acompanhada de Jimmy, seu cão guia, e de sua filha, a advogada Deborah Prates disse ter adorado a proposta da peça, pois sempre defendeu que a sociedade precisasse fazer o que classificou de “troca de máscara”, entendendo assim a realidade das pessoas que não enxergam. Ela ressaltou o fato de o espetáculo provocar em cada um a busca por um novo olhar sobre a narrativa. “Para os cegos não foi um desafio, mas um imenso prazer” revelou a advogada, acrescentando que entender uma atração cultural sem o recurso da audiodescrição é tudo o que deficiente visual deseja.

Ainda se refazendo da experiência com aromas, mugidos de vacas, champange, entre outros, a secretária Júlia Medeiros contou ter ficado encantada com a proposta da peça. “Nunca tinha sentido isso. Eu de fato me senti participando da história e, como tenho medo do mar, fiquei aflita com a cena do navio balançando. Fiquei com medo”, descreveu em meio a risos e procurando água para voltar à calma.

A autora, diretora do espetáculo e idealizadora do Teatro dos Sentidos, Paula Wenke, atribuiu a sua formação cristã o fato de suas realizações sempre privilegiarem o semelhante. “A princípio, as pessoas desconfiam, mas acabam se surpreendendo, pois ativam a memória, o imaginário”, ressalta. Além de trazer o público ao universo dos deficientes visuais com a peça, Paula salienta que incluiu no elenco pessoas que ela classifica de diferentes, como anãos, obesos e gays, entre outros, depois de certa vez ter sido indagada por um cadeirante de que poderia fazer o papel do comandante na trama.

“Feliz Ano Novo” terá sessões neste sábado e domingo, às 20h, na Gávea. Os ingressos custam R$ 30, 00. De acordo com a administração do Planetário, o espaço reúne condições de acessibilidade.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cinthia Buarque, atriz provocadora, falando sobre a experiência de atuar no Teatro dos Sentidos.

...Me cadastrei e, uns meses depois fui chamada para participar do projeto mais lindo que já participei na minha vida, projeto esse que me fez repensar várias coisas, o "Teatro dos Sentidos"....Paula, minha mestra dos palcos. Foi com você que aprendi o que é ser ator (a). Aprendi a ter sensibilidade para entender que o diretor é quem dá as coordenadas.
Rio, 27 de novembro.
Hoje fui assistir Feliz Ano Novo, espetáculo Do Teatro Dos Sentidos com texto e direção Paula Wenke no Planetário Da Gávea.
O tema mostra, para plateia de olhos vendados, a percepção dos cinco sentidos: olfato, paladar, tato, visão e audição, numa viagem imaginaria pelo mundo do "desconhecido". É encenada por atores reais que nos conduzem a vivenciar maravilhas, jamais vistas e sentidas, por aqueles que possuem os olhos bem abertos para o mundo e nada enxergam. Vale a pena conferir para se emocionar, rir, cantar e se divertir além de degustar guloseimas durante o espetáculo. Parabéns à equipe DO TEATRO DOS SENTIDOS.

Gualdino Calixto, no facebook.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aos namorados...


O teu beijo resume
Todas as sensações dos meus sentidos
A cor, o gosto, o tato, a música, o perfume
Dos teus lábios acesos e estendidos
Fazem a escala ardente com que acordas o fauno encantador
Que, na lira sensual de cinco cordas,
Tange a canção do amor!

E o tato mais vibrante,
O sabor mais sutil, a cor mais louca,
O perfume mais doido, o som mais provocante
Moram na flor triunfal da tua boca!
Flor que se olha, e ouve, e toca, e prova, e aspira;
Flor de alma, que é também
Um acorde em minha lira,
Que é meu mal e é meu bem...

Se uma emoção estranha
o gosto de uma fruta, a luz de um poente -
chega a mim, não sei de onde, e bruscamente ganha
qualquer sentido meu, é a ti somente
que ouço, ou aspiro, ou provo, ou toco, ou vejo...
E acabo de pensar
Que qualquer emoção vem de teu beijo
Que anda disperso no ar...


De: Mario Filho

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Teatro dos Sentidos no Congresso de Artes e Saúde da Unicamp

Gabriela Marelttli da Equipe de organização do VI CASU - Congresso de Artes e Saúde da Unicamp - viu uma matéria sobre o projeto Teatro dos Sentidos e considerou muito interessante. Entrou em contato com a nossa Diretora Artística Paula Wenke para saber se existe a possibilidade de sua participação no congresso, seja dando uma palestra sobre o projeto e o efeito que tem nos cegos, ou seja com uma apresentação.


Congresso de Artes e Saúde da Unicamp é um evento voltado para alunos da graduação dos cursos da área de saúde que visa humanizar os estudantes e difundir a arte como um meio terapêutico. O evento é composto por palestras, apresentações artísticas e oficinas culturais, de modo à realmente envolver os alunos nos temas discutidos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Rodrigo Grota no Facebook.

nessa época eu era assistente de um pintor. ele já estava cego mas continuava a fazer retratos. todas as manhãs nos levantávamos, eu preparava o chá, arrumava o toca discos e ouvíamos wagner. ele dizia que wagner queria explodir o mundo e que hoje ninguém mais quer explodir o mundo. ouvíamos tristão e isolda religiosamente antes de iniciar os trabalhos.

as pessoas chegavam ao ateliê e conversavam com o mestre. ele não precisava ver o rosto, não precisava tocar a sua face – ele se guiava apenas pela voz. seus retratos não eram figurativos – havia a cor, o contorno, a expressão. as pessoas se surpreendiam – ele destacava aquilo que elas só ousavam ler em voz baixa.

um dia você se aproximou – começo de outono, acho que tinha acabado de acordar. não havia ninguém no ateliê ainda – você disse apenas uma palavra: “perto”. o mestre pediu a minha atenção e de uma forma muito cortês explicou que precisava sair. e antes de um tímido sorriso deixou claro que esse seria o meu primeiro retrato. “aquilo que você vê não é o mais importante. ela quer justamente o que você desconhece”.

inicialmente não pude olhar para o seu rosto. eu observava tudo de uma forma geral, sem me prender a nenhum detalhe. vi a sua bolsa sobre a cadeira – um jornal enrolado saindo pelo lado de cima. um maço quase vazio, um isqueiro. procurei por uma blusa – você sentia a janela semi-aberta.

devido aos seus pequenos gestos, pensei que o primeiro passo seria se fixar no movimento. o seu ritmo era interno – tudo estava em harmonia. ao acender um cigarro, você demonstrava sua fragilidade. quando evitava o meu olhar, eu percebia a sua força. havia o desvio, a luz suave e o silêncio. você nunca disse nada, não pediu algo para beber, nem perguntou porque aquele livro do iberê camargo estava ali semi-aberto sobre a minha mesa. não duvidou do tom azul, do quase rascunho, nem se incomodou com o fato de que eu estava a pintá-la de costas. eu não queria mais ver o seu rosto, não queria sentir aquilo que está presente – você chegava em mim por meio de uma série de ausências, evocações, vestígios. eu só poderia ficar de costas.

eu sentia em cada traço que sua imobilidade era apenas um desejo meu. por mais que eu desenhasse o fluxo, expressasse uma certa instabilidade, as cores sempre me seduziam, eu a idealizava de uma forma irresistível.

recuei e voltei a observá-la de frente. você me encarava como se ainda não tivesse despertado. eu me aproximei da sua bolsa e encontrei um último cigarro. ficamos a observar o quadro – estava incompleto, as cores ainda não haviam se fixado – mas você estava ali. você estava naquele pequeno movimento interno, naquela voz invisível, naquelas linhas que evocavam o desvio.

você se aproximou, e no seu rosto havia uma incerteza. ali estava a dor, a impermanência, uma fragilidade que não te deixava mais suave. você disse: “your eyes... like a dylan song”.

eu saberia que você nunca mais estaria próxima.
eu saberia que a partir daquele momento o encantamento...
(o outono era apenas suave)

seu retrato permaneceu inacabado na minha mesa.
ao lado do livro do iberê, das fotos do bacon e de um estudo de hopper.
o mestre voltou ao ateliê minutos depois e apenas me perguntou do wagner.
eu achava que explodir o mundo me libertaria.

o seu rosto, apenas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

WMcCann aborda deficiência visual

A Fundação Dorina Nowill para Cegos ganhou uma nova campanha criada pela WMcCann. Composta por filmes de 30 e 60 segundos a ação tem a intenção de mostrar a importância do trabalho da fundação na reabilitação das pessoas com deficiência visual. As cenas mostram Diego Luciano de Castro, de 23 anos, que há três anos ficou cego devido a um descolamento de retina, fazendo atividades como andar pelas ruas, pegar um ônibus, subir escadas e transpor os obstáculos. As imagens foram feitas por uma câmera digital acoplada à cabeça de Diego. O material foi editado e retrata exatamente o que “vê” uma pessoa com deficiência visual em seu dia a dia. Ao final, o filme leva a assinatura “Conheça e ajude a Fundação Dorina Nowill para Cegos” com o contato para doações.

Veja como as pessoas om deficiência visual possam assistir e entender melhor filmes, peças de teatro, programas de TV, exposições, mostras, musicais e óperas, por meio de um recurso de acessibilidade.

Com direção de criação de direção de criação de Alexandre Okada e Milton Mastrocessario (Cebola). A produção é da Sentimental Filme, com direção de cena de Maurício Guimarães e Luciano Zuffo. A produtora de som é a Junk/om.



Fonte: Portal de Acessibilidade - Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para PPDs e PPAHs no RS (FADERS)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Campanha Nacional da Acessibilidade – Siga essa Ideia!

A “Campanha Nacional da Acessibilidade – Siga essa Ideia!” entrou em campo neste último domingo (1º), durante a decisão do 2º Turno do Campeonato Carioca. No intervalo da partida entre Flamengo e Vasco, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência estenderam no gramado do Estádio do Engenhão o Bandeirão da Acessibilidade, que tem 25m x 18m.

O bandeirão foi carregado por crianças, adolescentes e pessoas com e sem deficiência. O objetivo da ação é conscientizar o público sobre a importância de se eliminar as barreiras que impedem as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida de participarem efetivamente da vida em sociedade, ressaltando a importância dos Direitos Humanos em nosso dia-a-dia e a defesa da acessibilidade como um direito universal.

A campanha, que está sendo apoiada por Pelé, Zico, Roberto Dinamite, Ronaldinho Gaúcho e Rivellino e grandes clubes brasileiros, tem como objetivos a sensibilização, a conscientização e a mobilização para a eliminação das barreiras culturais, de informação, arquitetônicas e outras que impedem as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida de participarem efetivamente da vida em sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

A “Campanha Nacional da Acessibilidade – Siga essa Ideia!” é coordenada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, órgão integrante da estrutura básica da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Fonte: site do CONADE.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Fundação Dorina Nowill completa 65 anos auxiliando deficientes visuais

Veja matéria no site de origem: Jornal Nacional - G1

Nos anos 40, eram raros os livros em braile no país. Convencidas de que eles eram essenciais para a inclusão do deficiente visual, Dorina e um grupo de amigas criaram a "Fundação para o livro do cego no Brasil".


Em 2011, a iniciativa de uma mulher que mudou a vida dos deficientes visuais no Brasil está completando 65 anos, como se vê na reportagem de Alan Severiano.

Foi de repente. Aos 33 anos, a vida deu uma reviravolta. As veias da retina se romperam e o advogado Marcelo Panico perdeu quase toda a visão. “Foi um luto de se fechar em casa no meu quarto. Eu pensei que a vida tinha realmente acabado”, lembra.

Isso faz oito anos. Hoje, com a ajuda de um cão guia e de um programa de computador, ele faz parte da equipe de advogados de uma multinacional. “Eu reaprendi a fazer o que sabia de outra forma e hoje convivo bem com esse aparato tecnológico”, declara.

O recomeço não foi fácil, como acontece com todos que passam pela Fundação Dorina Nowill, em São Paulo. A instituição leva o nome da pedagoga que ficou cega aos 17 anos e foi a primeira deficiente visual a estudar em uma escola regular.

Nos anos 40, eram raros os livros em braile no país. Convencidas de que eles eram essenciais para a inclusão do deficiente visual, Dorina e um grupo de amigas criaram a "Fundação para o livro do cego no Brasil". O que era uma pequena gráfica virou a maior editora de livros em braile da América Latina, uma instituição sem fins lucrativos, administrada por voluntários.

Por ano, 64 mil livros são distribuídos gratuitamente para bibliotecas e deficientes visuais em todo o país. Além de publicações em braile, tem também livros digitais e os livros falados. Assim, muitos reaprendem a ler, a entender formas, a se localizar.

Outros dão os primeiros passos. Os bebês são estimulados para evitar atraso no desenvolvimento. “Geralmente, eles demoram mais para engatinhar, eles demora mais apara andar. Quando a gente estimula, eles aprendem naturalmente. Isso vai ajudá-lo na sua expressão corporal”, explica a fisioterapeuta Márcia Silva.

Entre consultas e terapias, são 18 mil atendimentos por ano. “Não é lugar de coitadinho, ninguém tem pena. Ele tem a deficiência. Ele precisa superar uma barreira, mas fora isso é uma pessoa capaz de realizar seus desejos, e é isso que Dorina nos ensinou”, destaca o presidente da Fundação, Adermir Ramos da Silva.

Bruno segue esse caminho. Nasceu cego, passou a frequentar a fundação e, aos 11 anos, tira de letra o convívio na escola com crianças que enxergam. “Não adianta você viver em um ambiente que só tem pessoa que tem o seu problema, senão você não vai se acostumar com o mundo”, comenta.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Homenagem a Louis Braille

Nascido Para Luta

Quando o mundo não sabia, que é preciso aprender;
Nasceu um sábio francês, guerreiro mesmo sem vê;
Homem de grande visão, tomou ele a decisão,
De derrubar o poder.
Ficou cego aos três anos, pôs seus pais em desespero ;
Um enviado de Deus, nosso anjo mensageiro;
E mesmo sem ter visão, deu aos cegos a direção,
Na França e no mundo inteiro.

Ainda na tenra idade, o nosso herói Louis;
Não aceita desrespeito, aos cegos do seu país;
Que eram violentados, loucos, palhaços, coitados;
Pelas ruas de Paris.

Se fazia necessário, grandiosa transformação;
E o caminho encontrado, foi-lhes a educação;
A luz do conhecimento, cessa todo sofrimento,
E brilha na escuridão.

Era preciso um gênio, de um notável saber;
Que inventasse um sistema, para fazer cego ler;
Avançado e bem a frente, com este novo presente,
Foi possível escrever.

Uma luz no horizonte, já começa a surgir;
A leitura e a escrita, a os alunos dali;
Uma emergente guerra, começa lançar por terra,
O sistema de Hauy.

No velho e falho sistema, muito se tinha investido;
Professores não aceitavam, que os cegos tinham crescido;
E escrever um poema, usando o novo sistema,
Não lhes era permitido.

Louis e seus alunos, incansáveis, destemidos;
Os seis pontos em toda França, já eram bem conhecidos;
Quebraram até a lei, falaram até com o Rei,
Pra serem reconhecidos.

O aprovo do sistema, não foi logo conquistado;
Mas Braille continuava, lutando, obstinado;
Um jovem valente e forte, abatido pela morte,
Seu brado foi alcançado.

Braille lutou e venceu, nos deixou grande legado;
Os cegos do mundo inteiro, seu sistema tem usado;
Não tem tecnologia, e também engenharia,
Que lhe tenha modificado.

Seu nome Grande Louis, na história foi registrado;
Entre os grandes deste mundo, fostes Imortalizado;
És herói dos heróis, orgulho pra todos nós,
No presente e no passado.

Louis Braille inovou, foi fantástico cientista;
Nos deu plena autonomia, nos deu visão sem ter vista;
Louvo aqui sua coragem, receba esta homenagem,
Deste inculto repentista.


Por Antonio José Ferreira
São José do Egito / Pernambuco.


8 de abril - Dia Nacional do Braille

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Comemoração ao Dia Nacional do Sistema Braille


CONVITE:
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, por meio da Organização Nacional de Cegos do Brasil, ONCB, realizará nesta segunda-feira, dia 11 de abril, de 10 às 12 horas, na Ala Nilo Coelho (Sala 2) do Senado Federal em Brasília, uma audiência pública em comemoração ao Dia Nacional do Sistema Braille (08 de abril), instituído pela Lei 12.266 de 2010.

O evento contará com a participação de políticos, representantes de órgão governamentais e não governamentais, especialistas e estudiosos do assunto e com usuários do Sistema Braille.

Participe e prestigie no local ou pela TV Senado, que fará a transmissão ao vivo!

A TV Senado pode ser sintonizada em canal aberto (UHF) nas seguintes cidades:
· 16 UHF Rio Branco
· 36 UHF (Gama-DF e Entorno)
· 40 UHF (João Pessoa-PB)
· 43 UHF (Fortaleza-CE)
· 49 UHF (Rio de Janeiro-Zona Oeste)
· 51 UHF (Brasília-DF)
· 52 UHF (Natal-RN)
· 53 UHF (Salvador-BA)
· 55 UHF (Recife-PE)
· 56 UHF (Cuiabá-MT)
· 57 UHF (Manaus-AM)

Também nos canais 07 (Net), 118 (Sky), 217 (Direct TV), 17 (TECSAT), 121 (VIAEmbratel) ou na Internet pelo www.senado.gov.br/tv

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MEC nega fechamento de escolas especiais para surdos e cegos

Ministro desautoriza diretora que anunciou o fim do ensino para surdos e cegos; inclusão entra na pauta da Câmara em Brasília.

Duilo Victor
Veja matéria no site de origem - O Globo.

O Ministério da EDUCAÇÃO (MEC) informou ontem que desautoriza o anúncio feito pela diretora nacional de Políticas Educacionais Especiais do MEC, Martinha Claret, sobre o fechamento, até o fim do ano, do Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Surdos (Ines), em Laranjeiras, e do serviço de ensino fundamental para deficientes visuais do Instituto Benjamin Constant, na Urca.

O ministro da EDUCAÇÃO, Fernando HADDAD, convocou as direções das duas instituições cariocas para uma reunião terça-feira em Brasília. Segundo o MEC, o encontro servirá para desfazer o mal-entendido criado pela declaração de Martinha. Cerca de 800 crianças e jovens das duas instituições recebem os serviços especiais, do maternal ao ensino médio.

Câmara convoca HADDAD para discutir inclusão
A repercussão negativa da possibilidade de interrupção dos serviços fez a Comissão de EDUCAÇÃO da Câmara dos Deputados colocar em pauta na próxima terça-feira a convocação do ministro HADDAD. A intenção é discutir a política de inclusão de alunos com necessidades especiais nas redes públicas municipais e estaduais.

Na Defensoria Pública da União no Rio, o defensor André Ordacgy informou que irá instaurar um procedimento investigatório para analisar a situação do Ines e do Benjamin Constant.

- Os colégios públicos e também os privados não estão preparados para receber os alunos com necessidades especiais, tanto na questão de acessibilidade quanto pedagógica. Já temos ações nesse sentido - informa o defensor público da União.

Está prevista para hoje, às 10h, na Cinelândia, uma manifestação com entidades representativas de pais e de alunos com necessidades especiais contra a possibilidade de fechamento das duas instituições.

- Queremos igualdade de oportunidades, mas a inclusão não ocorre de fato, pois não se colocam as tecnologias necessárias - conta a presidente da ONG Guerreiros da Inclusão, Sheila Melo, uma das organizadoras da manifestação. - Há alunos surdos, por exemplo, que não têm tradução simultânea em Língua Brasileira de Sinais (Libras) das aulas.

Prefeitura nega falta de intérpretes em escolas
Kátia Nunes, diretora do Instituto Helena Antipoff, centro de referência de EDUCAÇÃO especial da prefeitura, nega que haja alunos surdos sem acompanhamento por intérprete na rede municipal:

- Nos efetivamos o direito do acesso às crianças com necessidade especial à escola. Elas passam por avaliação pedagógica e têm seu encaminhamento garantido ao colégio escolhido pelo pai do aluno, com professor e intérprete adaptado às necessidades deles.

Kátia garantiu que há intérprete para Libras em número suficiente. A rede municipal tem 9.923 alunos com necessidades especiais, sendo 4.508 em salas especiais.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Futuro de deficientes visuais e auditivos em jogo

Temeroso. Tudo isso deveria ser muito gradual. As escolas públicas não estão preparadas nem para os alunos que não possuem deficiência. Há uma campanha começando contra o bulling. Agora imagine o que nossos deficientes não sofreriam...


Deficientes visuais e auditivos temem possibilidade de perder escolas especiais

Duilo Victor

Veja a matéria no site de origem


A comunidade de deficientes auditivos e visuais no Rio se articula contra a possibilidade de encerramento, até o fim do ano, das aulas de ensino básico para crianças e jovens em duas instituições federais: o Instituto Nacional de EDUCAÇÃO de Surdos (Ines), em Laranjeiras, e o Instituto Benjamin Constant, na Urca. Só no Colégio de Aplicação do Ines, há cerca de 500 alunos, desde o maternal até o 3º ano do ensino médio. Além disso, nos dois últimos anos, com a prática adquirida no local, 80 professores se formaram no instituto em pedagogia com o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Já no Benjamin Constant - fundado há 156 anos, dois antes que o Ines -, cerca de 300 alunos estão matriculados do 1º ao 9º anos do ensino fundamental.

Na internet, há vídeos, manifestos e abaixo-assinados contra o fim do ensino básico nas duas instituições. De acordo com a diretora-geral do Ines, Solange Rocha, a diretora de Políticas Educacionais Especiais do Ministério da EDUCAÇÃO, Martinha Claret, veio ao Rio há 12 dias para informar que as atividades do Colégio de Aplicação vão acabar até o fim do ano. A intenção é matricular os alunos portadores de necessidades especiais nas redes estadual e municipal convencionais.

- A diretora Martinha foi bem categórica (quanto ao fechamento do Colégio de Aplicação). Mas não estamos em embate com o MEC, e sim em período de negociação. E estamos otimistas. Queremos esclarecer que, para a política de inclusão, o Colégio de Aplicação é fundamental, pois é nele que são formados os professores e elaborado o material pedagógico especializado que vão orientar o ensino em todo o país - diz Solange, que, em maio, levará um parecer oficial ao MEC, com propostas para não fechar o Colégio de Aplicação do Ines.

Diretora: sistema está despreparado

No ano passado, em reportagem publicada na revista da Federação Nacional de EDUCAÇÃO e Integração de Surdos (Feneis), há uma declaração atribuída a Martinha em que ela explica ser a favor de uma política de inclusão dos alunos com necessidades especiais na rede convencional. Diz também que colégios como o de Aplicação do Ines são segregacionistas: "As pessoas não podem ser agrupadas em escolas para surdos porque são surdas". A diretora do Ines, por sua vez, argumenta que não há contradição entre a política de inclusão e a existência do Colégio de Aplicação.

- Não somos contra a política de inclusão. Mas o sistema de ensino no país se mostra despreparado para lidar inclusive com os (alunos) ouvintes - diz Solange.

O Ministério da EDUCAÇÃO negou ao GLOBO haver uma ação oficial em relação ao Ines ou ao Instituto Benjamin Constant. Disse ainda que, enquanto não houver "algum plano sólido para a reformulação (da EDUCAÇÃO especial), não há informações para passar".

A diretora de Políticas Educacionais da Federação Nacional de EDUCAÇÃO e Integração de Surdos (Feneis), Patrícia Luiza Rezende, coordenadora do ensino de Libras na Universidade Federal de Santa Catarina, é contra o fechamento do Colégio de Aplicação do Ines. "O discurso do MEC acusa as escolas de surdos de serem segregacionistas", disse a professora, que é surda-muda, em e-mail ao GLOBO. "Isso é uma falácia. A maioria dos pesquisadores da área defende que reunir surdos numa mesma escola ou sala de aula não significa separá-los do mundo ou torná-los mais dependentes. Ao contrário, os ambientes que favorecem a vivência de uma língua de maneira espontânea fazem com que os sujeitos se tornem mais autônomos", concluiu.

O futuro do Instituto Benjamin Constant e do Ines será tema de uma audiência pública amanhã, às 14h, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O presidente da Comissão de Portadores de Deficiência Física, Márcio Pacheco (PSC), é a favor da política de inclusão, mas contra o fechamento das escolas:

- Sou a favor da inclusão híbrida, de apoio às escolas municipais e ao funcionamento das unidades especializadas, pois estas são formadoras de professores que poderão atuar depois na rede convencional.

A Secretaria municipal de EDUCAÇÃO informou, por meio de nota, que não foi contactada sobre um eventual fechamento do Instituto Nacional de EDUCAÇÃO de Surdos e do Instituto Benjamin Constant. O órgão disse ainda que conta com 9.923 alunos portadores de necessidades especiais, sendo 4.508 incluídos em classes regulares. De acordo com a política da secretaria, estudantes com deficiências são incluídos em salas regulares se este for o desejo dos pais. Caso contrário, são encaminhados a salas ou escolas especiais.